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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mutações no genoma geraram diferenças nos europeus e africanos na resposta à doença


O genoma humano sofreu uma mutação intensa e rápida há 5.000 a 10.000 anos, que originou diferenças entre as populações europeias e africanas na resposta às doenças.


Cientistas analisaram a parte codificadora de proteínas do genoma (informação genética) de 6.515 norte-americanos com antepassados europeus e africanos e calcularam a idade de mais de um milhão de mutações.
Os norte-americanos de origem europeia herdaram um maior número de alterações consideradas nocivas para a saúde do que os seus compatriotas de proveniência africana, advogou à agência Efe o investigador Joshua Akey, da Universidade de Washington.
Para Akey, a importância das mutações reside no facto de afectarem a estrutura das proteínas e o seu funcionamento, determinando factores como a susceptibilidade dos seus portadores a distintas doenças ou a sua resposta aos tratamentos.
O cientista espera que o estudo beneficie a investigação de doenças como a fibrose quística, a hipertensão, a diabetes e a obesidade.
Joshua Akey constatou que as mutações genéticas ocorreram nas regiões do ADN (composto orgânico cujas moléculas contêm instruções genéticas) encarregadas de codificar as proteínas e que 73 por cento delas apareceram há 5.000 anos, um "breve fragmento de tempo" na história da evolução humana.
A investigação revelou ainda que o genoma humano tem cerca de 86 por cento de mutações raras, que só estão presentes no ADN de uma ou algumas pessoas.
Cada participante no estudo contava com quase 150 variações que os cientistas não puderam descobrir nos seus pais.
ER // ARA.

Universidade do Minho no maior ensaio clínico mundial para travar progressão da miopia




O Centro de Física da Universidade do Minho (UMinho) está a participar no "maior ensaio clínico mundial" para encontrar um dispositivo médico que trave a progressão da miopia, sem recorrer a qualquer fármaco, foi hoje anunciado.
O coordenador do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental da UMinho, José González-Méijome, explicou à Lusa que em causa estão lentes de contacto gelatinosas, que deverão ser usadas em crianças dos 8 aos 12 anos, "que é a idade em que a miopia se desenvolve mais rapidamente".
"Se funcionarem como se espera, as lentes levarão a que o olho cresça menos e a miopia evolua menos, prevenindo alterações mais severas que podem comprometer a visão definitivamente, conduzindo à cegueira", acrescentou. As lentes serão descartáveis e a ideia é que sejam usadas sobretudo no período mais crítico da evolução da miopia, situado entre os 8 e os 12 anos de idade.

A investigação, que agora começou e se prolongará por três anos, envolve seis centros de todo o mundo (Portugal, Canadá, Reino Unido (dois), Singapura e Hong Kong" e um universo de mais de 300 crianças.
Segundo um comunicado da UMinho, a participação desta universidade no ensaio deve-se à "relevância internacional" da investigação nesta área realizada no seu Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab), à experiência de quase 25 anos da licenciatura em Optometria e ao recente mestrado em Optometria Avançada a partir do qual se têm formado jovens investigadores.
A miopia atinge cerca de um terço da população europeia e mais de 70 % em muitos países asiáticos. Os estudos mais recentes apontam para um aumento significativo da incidência da miopia nas gerações mais jovens, que têm também valores cada vez mais elevados desta dificuldade em ver bem ao longe.

Segundo José González-Méijome, a miopia pode apresentar-se em diversas idades, atingindo em geral valores maiores quanto mais cedo se manifestar nas crianças.
Quando a miopia aumenta acima das 5 ou 6 dioptrias, esta anomalia da visão torna-se mais problemática, associando-se a alterações mais severas que podem comprometer a visão definitivamente, conduzindo à cegueira. Este motivo levou a Organização Mundial da Saúde a considerar a miopia como um alvo prioritário.

VCP // SSS.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cientistas criam útero artificial

Cientistas criam útero artificial

Um trabalho pioneiro liderado por cientistas da Universidade de Nottingham ajudou a revelar pela primeira vez um processo vital no desenvolvimento do embrião dos mamíferos.
A equipa, liderada pelo professor Kevin Shakesheff, criou um novo dispositivo na forma de uma bacia macia de polímeros, que imita o tecido do útero dos mamíferos, onde o embrião é implantado.
Este novo método de cultura em laboratório permitiu aos cientistas analisar aspectos críticos do desenvolvimento embrional, nunca antes vistos. Pela primeira vez foi possível crescer um embrião fora do corpo da mãe, pelo tempo suficiente de observar o progresso em tempo real, entre o quarto e o oitavo dia de desenvolvimento.
“Usando nossos materiais e técnicas únicas nós conseguimos observar um comportamento incrível das células no estágio vital do desenvolvimento embrionário. Nós esperamos que esse trabalho abra as portas de segredos, que podem melhorar os tratamentos médicos que exigem tecidos para regeneração”, afirma Shakesheff.
No passado, foi possível apenas criar um ovo fertilizado por quatro dias, enquanto ele crescia de uma célula única até um blastocisto, com 64 células tronco que iram formar o corpo inteiro, e mais algumas células embrionárias extras que formarão a placenta e outros sistemas. Mas o conhecimento posterior a esse período, quando o blastocisto precisa ser implanto na placenta para se desenvolver, era muito limitado. Os cientistas contavam apenas com imagens de embriões removidos de úteros, em estágios diferentes de desenvolvimento.
Agora, os cientistas puderam ver pela primeira o primeiro passo na formação da cabeça, que envolve as células se movendo a longas distâncias dentro do embrião.
“Em semanas, todos os tecidos principais e os órgãos já estão formados e começando a funcionar. Se nós pudéssemos entender essa habilidade humana fantástica de se autoformar, poderíamos desenvolver novos tratamentos médicos para curar doenças atualmente sem cura. Por exemplo, aquelas que afetam o coração poderiam ser revertidas, se pudéssemos recriar o processo pelo qual os músculos cardíacos são formados e se ligam ao sangue e ao sistema nervoso”.