O genoma humano sofreu uma mutação intensa e rápida há 5.000 a 10.000 anos, que originou diferenças entre as populações europeias e africanas na resposta às doenças.
Cientistas analisaram a parte codificadora de proteínas do genoma (informação genética) de 6.515 norte-americanos com antepassados europeus e africanos e calcularam a idade de mais de um milhão de mutações.
Os norte-americanos de origem europeia herdaram um maior número de alterações consideradas nocivas para a saúde do que os seus compatriotas de proveniência africana, advogou à agência Efe o investigador Joshua Akey, da Universidade de Washington.
Para Akey, a importância das mutações reside no facto de afectarem a estrutura das proteínas e o seu funcionamento, determinando factores como a susceptibilidade dos seus portadores a distintas doenças ou a sua resposta aos tratamentos.
O cientista espera que o estudo beneficie a investigação de doenças como a fibrose quística, a hipertensão, a diabetes e a obesidade.
Joshua Akey constatou que as mutações genéticas ocorreram nas regiões do ADN (composto orgânico cujas moléculas contêm instruções genéticas) encarregadas de codificar as proteínas e que 73 por cento delas apareceram há 5.000 anos, um "breve fragmento de tempo" na história da evolução humana.
A investigação revelou ainda que o genoma humano tem cerca de 86 por cento de mutações raras, que só estão presentes no ADN de uma ou algumas pessoas.
Cada participante no estudo contava com quase 150 variações que os cientistas não puderam descobrir nos seus pais.
ER // ARA.