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domingo, 10 de março de 2013

''O amor é genético''

Com o progresso científico, encontrar a parceria amorosa dependerá apenas da compatibilidade entre os genes


Claus Wedekind, professor de Biologia da Universidade de Lausanne, na Suíça, explica que os critérios para a determinação do parceiro ideal estão no âmbito da Psicologia da Evolução Humana. No passado, acreditava-se que a escolha refletia apenas a necessidade da manutenção da espécie, mas, com o passar do tempo, "a questão revelou-se mais complexa, pois o encontro de um homem e uma mulher foi interpretado como consequência da agressividade masculina, comportamento também ligado à garantia da reprodução", diz Wedekind.
Segundo o biólogo, uma outra teoria evidencia os cuidados com o bebé. Os seres humanos precisam de mais tempo para zelar pela prole: "Promover a sobrevivência da linha descendente, a longo prazo, parece não corresponder à ideia de que o homem tivesse que se concentrar na alta reprodução, num curto período de tempo".
Além dessas hipóteses, pouco se sabe sobre as reais motivações psicológicas que levam à decisão de formar um casal. Wedekind sugere que talvez o estudo do papel dos sentidos nesse processo tenha sido negligenciado, especialmente porque a comunicação do homem moderno parece fundamentar- se na acústica, na visão e no tato. "O consenso é de que os humanos não possuem um órgão vomeronasal (presente em alguns mamíferos e que identifica substâncias químicas não voláteis). Porém as pessoas gastam pequenas fortunas com perfumes. Isso significa que estamos interessados em usar e enviar sinais químicos no contexto social", explica o biólogo.

QUESTÃO DE CHEIRO



Essas considerações correspondem à descoberta feita por Claus Wedekind em 1995. Naquele ano, o cientista concluiu que as preferências das mulheres pelos odores masculinos estavam relacionadas aos graus de semelhança existentes nos genes MHC importantes para o controlo imunológico e responsáveis pela conexão entre odores e preferências por parceiros. Na sua pesquisa, o cientista utilizou camisas vestidas por homens, cujo odor deveria ser julgado por mulheres. Quanto mais agradável o cheiro fosse considerado, maior diferença existia entre o genótipo MHC(complexo principal de histocompatibilidade) É a região mais densa de genes do genoma dos mamíferos que possui um importante papel no sistema imunitário e no sucesso reprodutivo)
Wedekind acrescenta que os odores são muito importantes para a vida sexual de roedores e também de primatas. Entre os homens isso não difere. Um exemplo disso seria o cheiro almiscarado das axilas humanas, que possui em sua composição o androstenol (um tipo de ferormona), além de outros esteróides: "Alguns desses componentes são uma potente ferormona na biologia sexual de outros animais e esse parece ser um dos principais odores sexuais dos humanos".
"Todas as hipóteses apontam para o fato de que a escolha de um parceiro se dá por causa de determinadas combinações de MHC, pois elas conferem grande vantagem na resistência a doenças. Pode ser também que seja uma forma de evitar que parasitas escapem do controle imunitário, ou até mesmo que se trate de um sofisticado mecanismo para evitar a procriação consanguínea", conclui o especialista.

Se o corpo humano conta com a genética para a escolha do par ideal, exames laboratoriais poderiam indicar níveis de compatibilidade bem precisos. Encontrar um amor por meio de um exame? A ideia parece assunto de filme de ficção científica, mas já é um serviço oferecido pela empresa suíça GenePartner.
Tamara Brown, especialista em genética molecular e neurobióloga, afirma que potencializar os resultados da busca da pessoa certa não substituiu o frio na barriga que acontece quando nos sentimos atraídos por alguém. O exame tem custo acessível e é bastante simples. Os interessados recebem um kit em sua residência com instruções e material para coleta de saliva.
O teste fica pronto em 15 dias e os resultados são enviados pelo laboratório para a interface do servidor da GenePartner que processa a informação por meio de algoritmos capazes de individuar a compatibilidade entre uma e outra pessoa. 

A química da paixão 

DESEJO: Desencadeado pelas hormonas sexuais (testosterona e estrogénio). 

ATRAÇÃO: A perda do apetite e a sensação de frio na barriga, esses sintomas estão ligados a um conjunto de compostos químicos que afetam o cérebro: a norepinefrina excita e, por isso, o coração bate mais forte; a serotonina descontrola-se e a dopamina faz a pessoa perceber o que é a felicidade. Essas reações químicas são guiadas por neurotransmissores e gerenciadas pela feniletilamina, cuja função é controlar a passagem do desejo para a fase do amor. 
LIGAÇÃO: Fase do amor equilibrado que criou laços entre os parceiros. As hormonas envolvidas são a oxitocina, relacionada à indução do trabalho de parto (corpo), às emoções e comportamentos sociais (cérebro) e ao orgasmo; e a vasopressina age na pressão sanguínea e que, em roedores, revelou ser importante para o comportamento monogâmico dos machos.

Fontes: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/74/artigo140057-1.asp
              http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_principal_de_histocompatibilidade

              
Ana Carolina

9 comentários:

  1. Nós já tínhamos visto algo relacionado com isso no documentário, mas é sempre bom aprofundar mais no assunto, quando é algo que realmente me interessa. Podemos ver que todos esses sentimentos são apenas respostas do nosso corpo, hormonas. Achei intrigante a ideia de encontrar o amor por meio de um teste, algo que nunca pensei ser um dia possível. ;) Xxx

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  2. Acho que fizeste bem em pegar neste assunto que vimos no documentário passado na aula, acho que foi um tema que despertou a atenção de todos (ainda mais porque a professora Cláudia nos alertou logo no início do filme xD) -Catarina

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  3. Escolhi este tema exactamente pelo documentário que vimos na aula e pela pesquisa ter descoberto que até 'amor' está relacionado com a genética e a imunidade e também por mostrar que os avanços da engenharia genética podem ter utilizações que podem ser eticamente condenáveis e que muitas vezes as indústrias se aproveitam de certas descobertas para obterem lucro.
    Ana Carolina

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  4. Achei o post muito interessante. Já tinha ouvido que o facto de escolhermos aquele parceiro tinha haver com o "cheiro", mas nunca me explicaram para além disso. Ao ler o teu post entendi o porquê disso. Nunca pensei que exames laboratoriais nos podessem indicar qual o parceiro certo para cada um de nós.

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  5. Ao vermos aquele filme na aula, ja tinha ficado com alguma curiosidade sobre o assunto. Ao ler o teu posto já fiquei a perceber mais sobre o assunto. É até de certa forma engraçado perceber mais sobre este assunto. Rapazes não sejam forretas no momento da compra do perfume xD
    -Cristina

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  6. Isto é fácil de Compreender... Cada vez mais na hora de nos apaixonarmos temos muita atenção a características físicas e essas são dadas por quem??? Pelos genes. Gostei muito do post!

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  7. Tal como a Mariana disse, já por várias vezes tinha ouvido dizer que era cheiro que nos levava a escolher “aquela pessoa” e também nunca tinha entendido o porquê. É interessante que sejam genes que condicionem, não só a parte física do nosso organismo, mas também as nossas ações (como a escolha de um parceiro). Por um lado faz muito sentido que, sem sabermos, sejamos geneticamente “programados” para escolher determinadas pessoas. É quase como se o nosso organismo detetasse quais as características favoráveis de um indivíduo simplesmente porque ele tem um determinado cheiro. Cheiro este que implica que ele determinados genes que “nos” interessam, quer seja por condicionarem um bom sistema imunológico ou simplesmente por serem importantes à reprodução. Estes testes da GenePartner fazem-me lembrar aquela cena do filme “Gatacca” em que a rapariga, depois de um beijo, aproxima-se de um balcão para obter o “CV genético” deste desconhecido para saber se é “o tal”. Parece cada vez mais, que nos aproximamos de uma era em que a ficção científica se torna realidade. Achei bastante interessante também que haja uma “explicação científica” para as “preferências” e que a “química no amor” não é apenas uma daquelas coisas que se diz por aí, mas algo que tem uma fundamentação em factos verídicos. Muito interessante. Parabéns, Ana Carolina.

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  8. Pelos vistos toda a gente ficou muito curiosa pelo facto do amor ser genético e eu não fugi à regra xD Fiquei mesmo curiosa em relação àquilo que foi dito no documentário e é realmente fascinante como os genes tão em tudo! Até no amor. foi muito interessante ler o teu post. Parabens, Carolina:)

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  9. Muito bom. É interessante ver como o amor é tão complexo e o avanço que a ciência tem sobre este tema! Acho que foi um bom complemento do documentário que vimos na aula!!

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